A Lua Não Pode Ser Roubada
Esta parábola é atribuída a Ryokan, um mestre Zen que teve uma vida simples e humilde, e viveu numa pequena cabana.
Numa noite, um ladrão entrou na cabana de Ryokan em busca de bens valiosos. Para sua surpresa, não encontrou nada excepto um muito humilde robe, e algumas tigelas.
Quando o ladrão se preparava para sair, Ryokan entrou na cabana e apanhou o ladrão em flagrante delito. Mas em vez de reagir com medo ou raiva, Ryokan cumprimentou o ladrão com bondade e disse – “Tu deves de vir de muito longe e deves estar muito cansado. Por favor, leva estas coisas contigo como presente.”
O ladrão foi apanhado de surpresa pela resposta cheia de compaixão do mestre Ryokan. Nesse momento sentiu um profundo remorso pelas suas ações. Lágrimas subiram-lhe aos olhos perante a pureza de coração do mestre Ryokan.
Nesse momento, o ladrão experienciou uma transformação profunda. Conseguiu perceber o vazio da sua própria ganância e a dor que isso lhe traz e que ele levou aos outros. Movido pela generosidade do mestre, o ladrão abandonou a cabana para sempre transformado.
O mestre Ryokan, por outro lado, permaneceu calmo e sereno, totalmente imperturbado pelo ocorrido. Ao olhar para a lua cheia, a brilhar numa noite escura, recitou o poema:
“A Lua é minha amiga,
Ninguém a pode roubar.
Na sua luz pura,
Encontro o meu consolo.”